Enquanto a sociedade ainda se recupera do choque causado pela revelação dos descontos ilegais autorizados diretamente no INSS por sindicatos e associações fictícias, um outro esquema ainda mais sorrateiro está em curso — e passando totalmente despercebido pela maioria das pessoas, incluindo órgãos de fiscalização.
Estamos falando de débitos diretos na conta bancária dos aposentados e pensionistas, realizados por empresas que se disfarçam de “associações”, “seguros”, “clubes de benefícios” ou “entidades protetivas”, muitas vezes sem que haja qualquer consentimento verdadeiro do titular da conta.
🧾 Como funciona o golpe?
Essas empresas atuam à margem do sistema do INSS. Elas não precisam da autorização da autarquia para efetuar os descontos. Em vez disso, realizam cobranças diretamente na conta bancária onde o aposentado recebe o benefício.
O modus operandi é quase sempre o mesmo:
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A empresa entra em contato com o aposentado, muitas vezes com abordagens enganosas por telefone ou carta;
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Usa informações básicas do beneficiário (frequentemente obtidas sem autorização);
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Gera um “contrato de associação” ou “adesão a seguro”;
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Solicita ao banco a inclusão de débito automático mensal;
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Começa a descontar valores entre R$ 15 e R$ 80 por mês, que passam despercebidos no extrato bancário.
🏢 Empresas envolvidas
Diversos nomes já aparecem em ações judiciais ou denúncias públicas de consumidores, incluindo:
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ASPECIR
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SEBRASEG
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PSERV
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INBRAPREV
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CEBAP (Centro de Estudos dos Benefícios dos Aposentados e Pensionistas)
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FENABRAPP
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CENAPREV
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VIVA PREV
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ASSOCIBEN
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INASEG
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IBA (Instituto Brasileiro de Aposentados)
… e a lista segue, com centenas de siglas e nomes parecidos, todos com o mesmo padrão de atuação.
😠 Por que isso continua acontecendo?
Esse esquema continua porque:
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Os valores são baixos e passam despercebidos no extrato;
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Os bancos não exigem provas robustas de autorização do titular;
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Muitos idosos não compreendem os extratos bancários ou confiam cegamente no sistema;
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Há pouca ou nenhuma fiscalização pública sobre essas entidades privadas;
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O processo para cancelar os débitos ou pedir reembolso costuma ser lento e burocrático.
⚖️ O que diz a Justiça?
O Judiciário já reconheceu, em diversos processos, que se trata de cobranças indevidas, abusivas e até fraudulentas. Há decisões condenando essas empresas a restituir os valores cobrados e pagar indenizações por danos morais.
Contudo, como cada caso precisa ser analisado individualmente, o número de ações ainda é muito pequeno em relação ao total de vítimas. A maioria nem sabe que está sendo lesada.
✅ Como se proteger?
Se você é aposentado ou cuida das finanças de alguém que é, siga estes passos:
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Confira o extrato bancário regularmente — procure por débitos com nomes desconhecidos.
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Conteste qualquer cobrança não autorizada diretamente com o banco.
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Peça o cancelamento formal dos débitos automáticos.
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Registre uma reclamação no Procon e no Banco Central.
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Consulte um advogado e avalie a possibilidade de ação judicial.
✊ Uma luta por justiça silenciosa
Essa é uma guerra travada longe dos holofotes, contra empresas que lucram com a vulnerabilidade financeira e informacional dos aposentados brasileiros.
Divulgar esse esquema é uma forma de proteger quem mais precisa. Compartilhe este conteúdo com familiares, vizinhos, cuidadores e profissionais da saúde e do direito. Juntos, podemos abrir os olhos da sociedade para esse verdadeiro assalto silencioso.
🛡️ Se você identificou débitos não autorizados ou já é vítima desse tipo de fraude, busque orientação jurídica. Você pode e deve lutar para recuperar o que é seu.